Van Gogh
"Há muitas maneiras de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira" Manoelito (feito de) Barros
Eu que sou um homem ligado à palavra, como uma face do papel à outra, tenho essa mania de querer dizer algo... sempre. Um ranso dicionárico. Percebo que às vezes o silêncio do sentido é que dá o “sentido”.
Se observarmos bem, as coisas mais tocantes e prazerosas não dizem nada. Porque se disser, ofusca. O que é poético, não raramente, é indizível e transpassa as barreiras do inteligível. Uma espécie de terceira margem de não sei onde, nem o porquê. Mas que é, mesmo no seu des-Ser.
Vai imaginando... Um bom beijo. Fazer amor. Um abraço gostoso de um amigo/a. Um sorriso despretensioso de uma criança. O nascer e pôr-do-sol. Um olhar de carinho. Uma tela de Van Gogh. Uma poesia de Manoel de Barros.
É... seu moço (refiro a mim mesmo). Vê se aprende as despalavras.